quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Constituição de 1967

Logo que os militares assumiram o poder no Brasil através de um Golpe de Estado, medidas foram tomadas para que o exercício do regime que estabeleciam fosse viabilizado através de aparatos legais. A Constituição de 1967 foi uma das medidas do novo governo, a qual reuniu todos os outros decretos do regime militar iniciado em 1964.
O respaldo jurídico utilizado pelos militares no exercício da nova forma de governo aplicada no Brasil se deu através dos famosos Atos Institucionais. Nos primeiros anos com os militares no comando do país foram eles que determinaram as novas leis e as condições para que a oposição não conseguisse se organizar e oferecer ameaça ao novo sistema. Já no ano de 1964 foi publicado o Ato Institucional Número Um, que a princípio não recebia determinação numérica, pois acreditavam que seria o suficiente para controlar as movimentações da oposição. O tempo mostrou que não, e os Atos Institucionais foram se somando e ficando cada vez mais autoritários e opressores.
O Congresso Nacional foi transformado então em Assembléia Nacional Constituinte e teve os membros da oposição afastados, os militares pressionaram para que uma nova Carta Constitucional fosse elaborada para definitivamente legalizar o Golpe Militar de 1964.
Em 1966, no dia 6 de dezembro, ficou pronto um projeto de constituição que foi redigido por Carlos Medeiros Silva, Ministro da Justiça, e por Francisco Campos. O tal projeto foi criticado pela oposição, como era de se esperar, mas também por alguns membros do próprio partido do governo, a ARENA. O impasse foi resolvido através do Ato Institucional Número Quatro (AI-4), no dia 7 de dezembro, que convocou o Congresso Nacional para debater e votar a nova Constituição entre 12 de dezembro de 1966 e 24 de janeiro de 1967. O AI-4 determinou a função de poder constituinte originário, o qual é “ilimitado e soberano”, ao Congresso Nacional. A formulação de uma nova Constituição para o Brasil prosseguiu, já que a Constituição de 1946 não era julgada mais como compatível para a nova fase pela qual o país passava.
Enquanto a nova Constituição era debatida no Congresso Nacional, o governo tinha o poder de legislar através de Decretos-Lei para comandar a segurança nacional, a administração e as finanças do Estado. Para elaborar o texto da nova Carta Constituinte foram contratados por encomenda do presidente Castelo Branco juristas nos quais o regime militar depositava confiança, entre eles estavam: Levi Carneiro, Miguel Seabra Fagundes, Orosimbo Nonato eTemístocles Brandão Cavalcanti. O texto incorporava medidas já estabelecidas pelos Atos institucionais e por Atos Complementares utilizados no regime militar.
No dia 24 de janeiro de 1967 foi votada a nova Constituição que, aprovada, entrou em vigor no dia 15 de março de 1967 estabelecendo a Lei de Segurança Nacional.
A sexta constituição brasileira institucionalizou o regime militar, deixando o Poder Executivo em posição soberana em relação aos outros poderes e transformando-os junto com a população brasileira em meros espectadores das medidas tomadas pelos militares. Como foi debatida e votada pela Assembléia Nacional Constituinte, a Constituição de 1967, muito embora tenha sido amplamente elaborada de acordo com os interesses de quem estava no poder, pode ser considerada uma Carta Constituinte semi-outorgada. Desta forma, os militares garantiam a imagem na política internacional de um país de certo modo democrático, mas a prática mostraria que o regime estabelecido no Brasil se tratava mesmo de uma ditadura.
No ano de 1969 a Constituição de 1967 sofreu algumas alterações por causa do afastamento do presidente Costa e Silva que passava por problemas de saúde. A Junta Militar que assumiu o poder em seu lugar baixou a Emenda Nº 1 acrescentando o Ato Institucional Número Cinco e permitindo o poder da Junta Militar, mesmo havendo um vice-presidente.
A Constituição de 1967 vigorou durante o restante do regime militar como órgão máximo da antidemocracia. Só foi substituída em 1988, quando a ditadura já havia acabado.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Medicina



Áreas de atuação



- Saúde pública 
- Medicina do trabalho 
- Dermatologia 
- Cardiologia 
- Oncologia 
- Pediatria 
- Ginecologia e obstetrícia 
- Radiologia 
- Pneumologia 
- Geriatria 
- Endocrinologia 
- Ortopedia 
- Angiologia 
- Cirurgia plástica 
- Infectologia 




2. ENSINO
Número de faculdades181
Melhores cursosUniversidade Estadual de Maringá (PR), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Botucatu - SP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
Vagas disponíveis por ano16.468
Duração do curso6 anos
Candidatos542.007
Candidatos/vaga32,91
Formandos por ano12.982


3. ESTÁGIO

Estágio obrigatório?    


Sim. Existem duas modalidades: internato e residência. 

Quem recruta estagiários    


- O internato é realizado nos próprios hospitais universitários, mantidos pelas instituições de ensino,  ou em hospitais conveniados com as faculdades. 
- A residência médica é feita em hospitais-escolas credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica. 

Melhor época do ano para procurar estágio    


Normalmente, as inscrições para os programas de residência médica são realizadas entre setembro e outubro e as provas no final do ano, para iniciar as atividades no início do ano seguinte. Eventualmente, há programas que começam no início do segundo semestre. 

Momento ideal para iniciar estágio    


- O internato é feito durante o quinto e o sexto ano de graduação. 
- A residência médica, após concluir a graduação. 

Atividades do estágio    


Tanto no internato quanto na residência médica os alunos e  os profissionais têm de cumprir um programa preestabelecido, concluindo os ciclos de formação. Assim, por exemplo, é comum que um residente em neurocirurgia precise passar um período em cirurgia geral. Os residentes também fazem o primeiro atendimento ao paciente. 

Particularidades do estágio  


- O aluno de Medicina é obrigado a fazer, no quinto e no sexto ano da graduação, o internato, que corresponde ao estágio nas outras profissões. 
- Após se formar, o médico que desejar se especializar deve fazer residência médica na área escolhida. A residência médica possui status de curso de pós-graduação (especialização). Dura de dois a cinco anos. Para ingressar na residência, é preciso ser aprovado em um exame. Ao concluir a residência médica, o profissional tem título de especialista. 
- Os médicos que não fazem residência podem atuar como clínicos gerais e acabam assumindo funções de plantonistas ou fazem atendimento em ambulatório. 


TOPO

4. MERCADO

Profissionais no mercado    


311 mil 

Exigências para atuar na profissão  


- Ter cursado  Medicina. 
- Estar registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM). 
- A residência médica garante ao profissional o direito de obter imediatamente junto aos Conselhos Regionais de Medicina o título de especialista – o que não ocorre com quem faz especialização em instituições não credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica. 

Regulamentação 


Não há 


Ganho inicial (média mensal)  


R$ 2,3 mil, valor da bolsa de residente por 60 horas semanais. 

Ganho escalão intermediário (média mensal)  


Cerca de R$ 6,5 mil por uma jornada média de 62 horas semanais. 

Ganho no auge (média mensal)    


De R$ 12 mil a R$ 18 mil. Mas há uma pequena parcela dos médicos que cobra o quanto quer e pode ter ganhos 
muito altos. 

Atividades do início de carreira


- Administração: atividades técnicas relacionadas ao planejamento e à implementação de ações e políticas 
de saúde. 
- Serviço público: atendimento em Unidades Básicas de Saúde, postos de saúde, serviços de pronto-socorro, ambulatórios de especialidades. 
- Atendimento privado: consultório particular. 

Evolução da profissão  


As funções de atendimento no serviço público e no privado não mudam muito ao longo do tempo, mas o profissional acumula experiência, destreza e habilidade. Na área administrativa, o médico pode assumir funções de coordenação e diretoria. 


Auge da carreira    


Muito variável. Depende da especialidade e do ramo de atuação. 


Dicas     


A atualização por meio da leitura de revistas especializadas e participação em congressos também contribuem para a qualificação profissional.

Uma história de sucesso

"Antes de fazer Medicina, cursei dois anos de Engenharia na Unicamp. O interesse por essa área veio por influência da família (tinha um tio que era médico) e porque, durante o período em que estudei Engenharia, morei em um pensionato com alunos de Medicina. Quando fiz a escolha, não tinha plena convicção de que era a profissão que queria realmente, pois já tinha errado na escolha uma vez. 

Depois de formado, fiz residência em otorrinolaringologia na Unicamp. Então, ganhei uma bolsa para a Universidade do Texas, em Houston, onde me especializei em cirurgia de cabeça e pescoço. Nessa época, também fiz estágio em Nova York. 

Quando voltei ao Brasil, fui contratado pelo Hospital de Clínicas da Unicamp. Na universidade, segui carreira acadêmica, em paralelo com o trabalho em clinicas particulares. Fiz mestrado e doutorado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

Mestrado e doutorado não são essenciais para que um médico desempenhe bem o seu trabalho, embora sua experiência pessoal no mundo acadêmico (dando aulas, desenvolvendo pesquisas, fazendo intercâmbio com outros pesquisadores e profissionais) seja bastante gratificante e abra muitas portas. 

Quem quer seguir a carreira de médico não deve se deixar levar apenas pelo desejo de ganhar bem. A remuneração não é o essencial nesta profissão e, muitas vezes, ela é decorrência da postura do profissional e de uma boa formação. 

A situação do médico no Brasil é diferente da de países como Alemanha, Estados Unidos, onde ele é extremamente valorizado. Aqui, ainda existe uma aura em torno da Medicina, mas a realidade profissional é muito mais difícil. A estabilidade financeira demora e é preciso estudar a vida toda para desempenhar bem seu trabalho".