domingo, 8 de dezembro de 2013

Como se calcula a "idade humana" de um cão?

É comum ouvir que devemos multiplicar por sete os anos de vida dos cães para termos ideia de sua idade humana. Mas será que isso é verdade?
Raças maiores e menores
Os cães são a espécie de mamíferos mais diversa do planeta. Podem variar em peso - de 3 kg a 90 kg - na idade adulta, em tipos de corpo e em pelos. Isso significa também que há grandes variações de expectativa de vida entre as raças. E, curiosamente, cachorros pequenos tendem a viver mais do que os grandes. "A correlação estatística entre expectativa de vida e tamanho costuma ser positiva - gorilas, elefantes e baleias vivem muito mais do que roedores, por exemplo", diz Daniel Promislow, professor de genética da Universidade da Geórgia (EUA).
Por que, então, cães são uma exceção? Promislow tem uma teoria: "A doença que tem a maior correlação com o tamanho (do animal) é o câncer", diz.
Sendo assim, como o risco de câncer aumenta com a idade, e cães maiores têm até 50% de risco de morrerem dessa doença, as raças maiores geralmente têm vida mais curta do que as menores (nas quais as chances de morrer de câncer caem para 10%). Isso acontece mesmo se levarmos em conta que as raças menores atingem a maturidade mais cedo. "Ao chegar à vida adulta, os cachorros menores vivem mais", diz Kate Creevy, professora também da Universidade da Geórgia. Em outras palavras, a juventude dos cães pequenos é curta, mas sua vida adulta é longa.
Os cachorros maiores, no entanto, levam até 2 anos para a maturidade do esqueleto e, depois, podem viver menos, entre quatro e cinco anos em alguns casos. O buldogue, por exemplo, vive em média até os seis anos, enquanto um border terrier tende a viver uma média de 14 anos.
Mais velho que um humano
Então, veja que curioso, na conversão em "idade humana" um cão pequeno é mais velho do que um grande aos 2 anos, porém mais novo aos 5 anos. "Isso não acontece com nenhum outro animal", diz Creevy. "É possível que, ao criarmos cães com tamanhos tão diversos, tenhamos 'desmascarado' esse fenômeno da idade".
Ninguém sabe explicar a origem da teoria da multiplicação por sete - ou, pelo menos, ninguém reivindica responsabilidade por ela. A ideia começou a aparecer em livros de matemática dos anos 1960, pedindo para que crianças calculassem a idade canina nessa proporção de 1 para 7.
Mesmo assim, a estimativa não é ruim para a espécie canina como um todo. Se levarmos em conta as diferentes taxas de envelhecimento no início da vida do cão e a diferença entre as expectativas de vida, uma estimativa mais precisa seria de seis anos caninos para um ano humano. No entanto, se olharmos os dois extremos veremos que um buldogue terá em média 13 anos para cada ano humano, enquanto um mini Dachshund terá quatro para um.
E quanto à minha cadelinha Meg? Ela não tinha 135 anos ao morrer, mas 109, indicam os cálculos. Uma velhinha em termos humanos, mas não tanto. Acho que ela ficaria satisfeita em saber.
Calcule a idade de seu cão
NOS DOIS PRIMEIROS ANOS:
Cães pequenosCães médiosCães grandes
12,5 anos para cada ano humano10,5 anos para cada ano humano9 anos para cada ano humano
PARA TRÊS ANOS OU MAIS:
Cães pequenosCães médiosCães grandes
Mini Dachshund 4,32
Border Terrier 4,47
Lhasa Apso 4,49
Shih Tzu 4,78
Whippet médio 5,30
Chihuahua 4,87
West Highland Terrier branco 4,96
Beagle 5,20
Mini Schnauzer 5,46
Spaniel (Cocker) 5,55
Cavalier King Charles 5,77
Pug 5.95
Buldogue francês 7,65

Spaniel 5,46
Retriever (Labrador) 5,74
Golden Retriever 5,74
Staffordshire Bull Terrier 5,33
Buldogue 13,42
Pastor alemão 7,84
Boxer 8,90

Por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

A resposta, segundo a professora de farmacologia e toxicologia veterinária da Universidade de São Paulo (USP) Silvana Gorniak está na padronização genética dos beagles. "Para testar a eficácia de um medicamento não se pode pegar um animal gordo, outro magro, um grande, outro pequeno. Com cacarcterísticas diferentes, as respostas também seriam diferentes. Então precisa-se ter um padrão igual para não ter variável", explica a pesquisadora.
Segundo ela, os beagles têm esse padrão porque correspondem a uma raça muito antiga, que já se fez o mapeamento genético.  "O cruzamento é feito de maneira racional, controlada. Eles são geneticamente iguais", afirma a especialista, que também é representante do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Silvana diz que também conta na decisão de usar os beagles o porte dos animais – são cachorros pequenos – e a característica de serem dóceis.
Sobre a utilização de cachorros – em vez de camundongos, por exemplo – ela explica que em alguns casos se faz necessário por apresentarem fisiologia mais próxima do ser humano. "Quando o medicamento vai ser usado por muito tempo, como oncológico (para tratar o câncer), ou anti-aids, o teste em cachorros é preciso para preservar a saúde do ser humano", afirma ao ressaltar que os testes em ratos, ou apenas em culturas de laboratório, podem não ser tão eficientes.
Ela ainda explica que qualquer pesquisa com animais precisa passar pela avaliação doConselho Nacional de Experimentação Animal (Consea), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Entre as exigências do conselho estão que as pesquisas não causem nenhum tipo de maus-tratos aos animais e que seja formado um comitê dentro de cada local de teste, composto por um veterinário, um biológo, um pesquisador e um representante de ONG de proteção animal. Cada teste passa, necessariamente, pela supervisão deste comitê.


(sou totalmente contra!!!)